Qual a sua responsabilidade na desordem da qual você se queixa? Essa frase de Freud vale por uma vida inteira de psicanálise. Levada para o mundo corporativo tem o poder de transformar comportamentos da única forma perene: aquela em que o indivíduo se implica com a mudança.
Em um momento em que cerca de 60% da humanidade está conectada às redes sociais e que o mundo passa por conflitos, doenças e fome, é natural que notícias ruins circulem o tempo todo. Não faltam pesquisas para comprovar que palavras negativas são atrativas nas chamadas das notícias. Exatamente por isso, elas precisam de contraponto. Enquanto se espera que a mídia abra mais espaço para boas notícias, lideranças conscientes podem usar seu poder de comunicação para introduzir na cultura das organizações um olhar solar para o mundo.
A notícia ruim atrai naturalmente, porque remete ao instinto de sobrevivência, ao contrário da boa, que não é uma prioridade do humano e precisa de intenção para ser acessada e disseminada.
O mundo contabiliza números recordes de pessoas com distúrbios de ansiedade e depressão, isso diminui o otimismo em relação ao futuro. Vozes que comunicam boas práticas, bons projetos, avanços na ciência e outras noticias que deixam o coração mais quente, também aquecem a economia.
Mulheres líderes podem e devem capitanear uma comunicação menos derrotista e sombria nas empresas e sobre as empresas. Obviamente, não se trata de alienação. Pelo contrário, a informação plena é requisito básico para achar uma brecha de alegria em meio às tragédias.
Alguma luz no fim do túnel, Freud, que inaugurou a teoria psicanalítica e não tinha, digamos, uma visão muito otimista do ser humano, viu. Ao nos provocar a nos implicarmos nas nossas queixas, ele aponta a porta de saída para os momentos de crise. Parafraseando Lacan, outro psicanalista famoso, quem tiver coragem que alcance essa verdade.