Aurê Aguiar

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Aprender é dançar com a vida

15/09/2023

No palco da vida, temos a liberdade de escolher nossos sapatos de dança, arriscar novos passos e explorar diferentes trilhas. É como se pudéssemos, em um pivô, trocar as macias sapatilhas de balé por sapatos flamencos, menos confortáveis, porém repletos de drama e inesquecíveis emoções. Ouvir a música do universo nos convida a manter a fome insaciável pela vida.

Mulheres que encontraram seu ritmo na sinfonia do patriarcado aprenderam a sintonizar seus ouvidos e a disposição com o universo. Cada estágio da vida é uma nota em uma partitura única, que compõe nossa jornada. Podemos construir carreiras sólidas, conquistar reconhecimento e respeito, mas, em algum momento, ao ouvir o sussurro do coração, partimos em busca de novas harmonias.

Não é apenas a sede de explorar terras desconhecidas que nos impulsiona, mas sim o desejo incessante de aprender. Para nos revelarmos autênticas, é preciso nos despir das armaduras, que o sucesso muitas vezes nos impõe, e abraçar a coragem de enfrentar novos desafios. Essa coragem está enraizada na busca pelo conhecimento. Aprender é a essência da vida.

A luz da experiência ilumina os passos incertos de quem ousa dançar no desconhecido. Na aprendizagem perpétua, a idade não é um limite, mas sim um degrau para voos mais altos. Mulheres apaixonadas pelo saber são como pássaros migratórios, seguem o chamado da curiosidade e da paixão, mudando de cenário e de carreira com a graça de quem sabe que o aprendizado é o seu legado.

Essas mulheres, com habilidades de mentoras de mudanças, não apenas trilham novos caminhos, mas também inspiram outras a seguirem seus passos nessa jornada de aprender continuamente.

Em um mundo que muitas vezes nos pressiona a definir nosso destino cedo demais, as lifelong learners são um terreno fértil para semear novos sonhos e colher novas conquistas. Têm repertório vasto e boas sementes, por isso buscam as melhores terras. Dançam bem com a vida, exatamente porque querem aprender a conhecer, a fazer, a conviver e a ser.

Aprender a ser é o mais complexo dos desafios, porque pressupõe abrir mão daquilo que se pensa que é. Abandonar conceitos sobre si mesmo para renomear-se, refundar-se, exige aceitar a própria vulnerabilidade e agir com coragem, apesar dos medos e das vergonhas que as estreias nos trazem, um assunto tão bem exposto pela pesquisadora norte-americana Brené Brown.

Dançar com a vida é, antes de tudo, sobre flexibilidade e aceitação de si, e lembra muito a sabedoria do bambu, tão valorizada no budismo. O bambu, faz a dança do vento, em conjunto, para evitar partir-se; seu tamanho é proporcional às suas raízes profundas; não cria galhos e cresce livre sempre para o alto; é oco, vazio de si mesmo, e cheio de nós que reforçam a sua estrutura.

Pare e repare, em tudo há uma lição para a vida.

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